É comum se dizer que torcidas de futebol, especialmente as "organizadas", tendem a ser politicamente alienadas, o que costuma ser verdade. Quando não, o mais comum é que sejam massa de manobra de extremistas de direita, muitas vezes com resultados tenebrosos (os acontecimentos na ex-Iugoslávia não me deixam mentir).
Porém,olhando com um pouco mais de cuidado, aparecem algumas torcidas com sólidos posicionamentos políticos em um campo que se convencionou chamar de esquerda.
A mais conhecida é a do Livorno, da Itália, famosa por seus enfrentamentos com torcidas de viés claramente fascista, principalmente à da Lazio, de Roma.
Navegando na pela rede, achei este post do site Futepoca, que fala de torcidas com engajamento político marcantemente progressista, especialmente na luta contra o racismo e a homofobia. O objeto inicial do post é o St. Pauli, clube de Hamburgo que acaba de voltar à 1ª divisão alemã, e que é com certeza o clube profissional mais "alternativo" que existe. Leiam o post e confiram.
Ao relacionar outras torcidas que tem posições políticas progressistas, o post citou, para meu prazer, a torcida Ultras Resistência Coral, do Ferroviário aqui do Ceará, o velho Ferrim.
Para alguém que conheça um pouco da história do clube, não é difícil entender a existência no Ferrim de uma torcida organizada com engajamento político: a origem operária (como o nome sugere, de trabalhadores da estrada de ferro) e a biografia de seu fundador, Valdemar Caracas, velho líder socialista dos anos 30 e 40 (e que ainda está aí, com 102 anos de idade, como arquivo vivo de uma época) são indícios claros.
Além disso, durante os anos 50 e 60, os trabalhadores da ferrovia eram a principal base sindical do velho PCB no Ceará, apesar de outras tendências de esquerda também estarem representadas. E isso deixou uma marca que nem a ditadura conseguiu apagar.
Pra terminar, um toque pessoal.
A sede do Ferroviário fica no bairro Barra do Ceará, próximo de onde moro, e quase todo dia passo na porta do estádio Elzir Cabral.
Este torcedor aqui do Fortaleza se sente muito honrado com a vizinhança, sob todos os aspectos.
Porém,olhando com um pouco mais de cuidado, aparecem algumas torcidas com sólidos posicionamentos políticos em um campo que se convencionou chamar de esquerda.
A mais conhecida é a do Livorno, da Itália, famosa por seus enfrentamentos com torcidas de viés claramente fascista, principalmente à da Lazio, de Roma.
Navegando na pela rede, achei este post do site Futepoca, que fala de torcidas com engajamento político marcantemente progressista, especialmente na luta contra o racismo e a homofobia. O objeto inicial do post é o St. Pauli, clube de Hamburgo que acaba de voltar à 1ª divisão alemã, e que é com certeza o clube profissional mais "alternativo" que existe. Leiam o post e confiram.
Ao relacionar outras torcidas que tem posições políticas progressistas, o post citou, para meu prazer, a torcida Ultras Resistência Coral, do Ferroviário aqui do Ceará, o velho Ferrim.
Para alguém que conheça um pouco da história do clube, não é difícil entender a existência no Ferrim de uma torcida organizada com engajamento político: a origem operária (como o nome sugere, de trabalhadores da estrada de ferro) e a biografia de seu fundador, Valdemar Caracas, velho líder socialista dos anos 30 e 40 (e que ainda está aí, com 102 anos de idade, como arquivo vivo de uma época) são indícios claros.
Além disso, durante os anos 50 e 60, os trabalhadores da ferrovia eram a principal base sindical do velho PCB no Ceará, apesar de outras tendências de esquerda também estarem representadas. E isso deixou uma marca que nem a ditadura conseguiu apagar.
Pra terminar, um toque pessoal.
A sede do Ferroviário fica no bairro Barra do Ceará, próximo de onde moro, e quase todo dia passo na porta do estádio Elzir Cabral.
Este torcedor aqui do Fortaleza se sente muito honrado com a vizinhança, sob todos os aspectos.