03/07/2014

Saindo das sombras

As vésperas das quartas-de-final da Copa do Mundo são uma boa ocasião para sair das sombras onde este blog estava (está?) aguardando, fingindo-se de morto...

Entre amanhã e o dia 13 de julho, data da Final da Copa, pode acontecer de tudo (inclusive nada)...

Se o melhor para a torcida brasileira acontecer, penso que os responsáveis serão quase que exclusivamente os jogadores. Não gosto do futebol de alguns deles, mas reconheço que apenas eles, com talento e (muita) luta poderão nos trazer o título.

Na hipótese contrária, de ficarmos sentados à beira do caminho ou, especialmente, de sermos abatidos na Final, tenho certeza de quem são os culpados: a Comissão Técnica da seleção, Scolari e Parreira à frente, e seus mestres Marin e Del Nero.

Uma seleção mal convocada e, até aqui, mal escalada. Com planejamento equivocado e excessivamente rendida aos interesses comerciais. E que sofreu uma desnecessária ruptura no desenvolvimento do trabalho (não sou nada fã de Mano Menezes, mas no momento em que ele foi demitido a equipe parecia apontar em uma boa direção, começando a acumular bons resultados e exibições convincentes).

Torcerei muito pela seleção brasileira nessa reta final da Copa, mas juro não nutrir demasiadas esperanças.

Que os deuses da bola falem...

Até qualquer dia.

05/08/2010

"O Santos é o novo campeão..."

Pra retomar as atividades após as férias, nada melhor para esse escriba do que poder gritar:

É CAMPEÃO !!! É CAMPEÃO !!!


Aqui pra nós, seria uma maldade dos deuses do futebol se esse grupo do Santos não levasse a taça da Copa do Brasil. Assim como teria sido outra maldade se não houvesse ganho o Paulistão 2010...

Isso apesar de não ser um time perfeito, longe disso. Ambos os títulos foram conquistados com boa dose de sofrimento, advinda principalmente das fragilidades defensivas de uma equipe voltada para o futebol ofensivo. E alguns dos jogadores não merecem sequer fazer parte do grupo. (Se bem que no futebol brasileiro isso não é privilégio santista...).

Mas uma espinha dorsal de jogadores acima da média fez a diferença. Arouca, Wesley, Marquinhos, Paulo Henrique Ganso (cracaço) e Neymar (para ficar apenas nos indiscutíveis) formam um grupo como poucos no Brasil. Somados a uma série bem razoável de coadjuvantes (inclusive Robinho) e tocados por um técnico ainda não sufucientemente reconhecido, os títulos foram consequência lógica. Se é que futebol tem lógica...

Este ano ainda temos a Sulamericana e o Brasileirão. Quer saber? Se o time não subir nas tamancas e mantiver um mínimo de seriedade, bons resultados podem muito bem aparecer.

Talvez até outros títulos...

18/07/2010

Ainda a África do Sul




Uma semana após o fim da Copa do Mundo, cuja organização bastante eficiente fez com que os sulafricanos ficassem orgulhosos da imagem que passaram de seu país, outro evento esportivo incrementou esse sentimento.

No encerramento do 150º Open Championship, o aberto britânico de golfe (o mais tradicional evento desse esporte), quem recebeu o troféu de vencedor foi Louis Oosthuizen, um sulafricano de 27 anos, que conseguiu uma vantagem quase recorde sobre seus adversários, apesar de não estar entre os principais nomes do esporte (antes do torneio, não estava nem entre os 50 melhores no ranking).

Não. Ele não é negro, é branco (o sobrenome, quase impronunciável para um não-sulafricano, não deixa dúvidas).

Seu pai tem uma pequena fazenda no leste do país, perto do litoral do Oceano Índico, e faz parte daquela parcela de brancos que vivia tangenciando a linha da pobreza (pelo menos no que se refere aos brancos). E Louis não teria avançado no esporte sem o apoio de uma fundação criada por Ernie Els, um outro genial golfista sulafricano.

Hoje, 18 de julho, é o Dia de Nelson Mandela, criado pela ONU para homenagear o aniversário do líder da luta anti-apartheid e ex-presidente da África do Sul.

E as primeiras palavras de Oosthuizen ao receber o troféu foram exatamente para Mandela, felicitando-o pelo aniversário.

Vê-lo comemorando o título abraçado ao seu emocionado "caddie", um negro, fala muito sobre o que seu país passou, as transformações que está experimentando e sobre o que o futuro os reserva.

Parebéns, Lodevicus Theodorus Oosthuizen, a.k.a. "Louis". Ou então "Shrek", para os amigos.

14/07/2010

Espanha campeã, não necessariamente a melhor

Como previsto aqui, o título ficou com a Espanha.

Derrotou uma Holanda que apostou no jogo físico (a palavra "bruto" não seria um exagero...) para tentar deter o toque de bola espanhol, e ficou tentando aproveitar os erros espanhóis.

Para o bem do futuro do futebol foi muito boa a vitória espanhola, mas isso não quer dizer que seja um time a ser copiado indiscriminadamente. Até por que possui falhas não desprezíveis.

Pra começo de conversa, seus laterais são bem fracos, o miolo de zaga deixou buracos (os holandeses e, antes deles, paraguaios e alemães, quase conseguiram marcar usando bolas enfiadas pelo meio) e o ataque careceu de finalizadores natos (Fernando Torres, que é quase isso, estava claramente fora de forma). E que o toque de bola não seria um remédio para a dificuldade de finalizar?

Então, qual seria o melhor time da Copa? Uma boa medida seria aquele de cujo futebol se falará daqui a 15 ou 20 anos... Como ainda não chegamos lá, vale um palpite: Alemanha.

Ou alguém duvida que dentro de 4 anos, na Copa realizada no Brasil, os germânicos virão com um time "na ponta dos cascos", com os atuais jovens jogadores tendo ganho uma considerável bagagem internacional e os atuais veteranos sendo substituídos por novas estrelas em ascensão?

O Brasil, bem, vai ter que recomeçar quase do zero, com novo treinador e um grupo muito renovado de jogadores. Além disso, como não terá que disputar as Eliminatórias terá menores chances de montar e testar adequadamente esse grupo.

Como se a direção da CBF ligasse pra isso...

08/07/2010

Sem maiores surpresas (post corrigido)

Qualquer um que antes do início da Copa fez uma lista de favoritos ao título certamente não fugiu dos "suspeitos de sempre" e mais uns poucos agregados.

Brasil, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha e Holanda monopolizaram os palpites, sendo que os italianos já eram vistos com desconfiança por muitos.

Ingleses e italianos não chegaram às quartas-de-final, e brasileiros e argentinos não conseguiram ir até às semifinais. Em todos os casos, bastou o primeiro jogo da Copa para essas equipes mostrassem seus problemas e indicassem um futuro nada alentador.

Alemanha, Espanha e Holanda chegaram às semifinais, com a honorável companhia da sempre lutadora Celeste Olímpica.

Os holandeses, mesmo sem jogar uma boa partida, fizeram prevalecer seu melhor time (e elenco) sobre um desfalcadíssimo Uruguai. Deu a lógica.

O outro jogo confrontou os jovens alemães e os bem mais experientes espanhóis. Esse fato, por si só, não deveria ser decisivo, mas acabou pesando.


Aqui vale um parentesis.

No final do ano passado (ou no início deste, não lembro...), Messi e Daniel Alves se manifestaram de forma parecida sobre o meio-de-campo do Barcelona. Foi mais ou menos assim:

"Quando os baixinhos resolvem jogar, fica difícil para o adversário...".

Referiam-se a Xavi e Iniesta, coração e alma do meio-de-campo da Fúria.

Realmente, jogam pra caramba...


Resumindo, chegaram à final duas equipes que não surpreenderam quase ninguém. Espanha e Holanda apenas repetiram o que já vinham mostrando nos últimos tempos.

Torcerei pela Holanda, mas acho que vai dar Espanha. Em um jogo pra lá de equlibrado, prevejo.



PS: Não foi o fator decisivo, mas na semifinal a Alemanha sentiu muita falta de Thomas "Gans" Müller...

03/07/2010

Quase virou Eurocopa...

O meu colega Darw acertou em cheio.

A sonhada (por alguns, entre os quais eu) "Copa América" nas semifinais evaporou-se.

Só o Uruguai escapou, em um jogo contra Gana que redefiniu o significado futebolístico da palavra "inacreditável", e provou que um botafoguense que use a camisa 13 é um ser predestinado. "Muy loco", diriam alguns...

Brasil, Argentina e Paraguai não resistiram à Holanda, Alemanha e Espanha.

Diga-se de passagem que os paraguaios estão fora mas não tem do que se envergonhar. Jogaram de igual para igual contra os espanhóis e o juiz... E no fim quase conseguiram empatar.

Já falamos bastante do Brasil. Agora é só esperar que apareçam os detalhes da derrocada do dunguismo.

Quanto à Argentina, bastou encontrar um adversário minimamente organizado para que os problemas do time de Maradona (que já eram meio evidentes) emergissem com toda a força.

Os alemães passaram feito uma motoniveladora sobre o arremedo de esquema defensivo dos argentinos, e só não impuseram um placar ainda mais humilhante porque não forçaram.



Palpite pra final : Alemanha X Holanda.

Mas continuo torcendo pelo Uruguai...

02/07/2010

E a Copa já terminou para o Brasil

Seguindo o mesmo raciocínio do post anterior, a Copa para o Brasil durou um jogo.

Nada do que aconteceu no jogo de hoje não era previsível.

Até mesmo os bons momentos do Brasil, especialmente enquanto a Holanda respeitou demais a nossa equipe e marcou muito atrás. Esse é o cenário ideal para o time montado pelo Dunga, que adora sair em contra-ataques. A partir do meio do 1º tempo eles avançaram um pouco a marcação e reduziram essa possibilidade.

Tudo que podia dar errado, deu. Vejamos por partes.

A famosa "melhor defesa do mundo" levou dois gols primários em bolas levantadas na área. Lúcio ainda mostrou a famosa garra, o que é pouco. Juan falhou na hora H. E Júlio Cesar, o "melhor goleiro do mundo" , não poderia sair vendido daquele jeito.

Os nossos laterais foram quase peças decorativas. Quase porque Maicon ainda mostrou esforço, mas não soube sair da marcação. Michel Bastos, bem, sem comentários. Gilberto entrou e... nada.

Gilberto Silva foi aquela limitação que todos conhecemos, mas nada especialmente pior do que nos demais jogos. Felipe Melo, bem, esse é um caso à parte.

Qualquer um que tenha assistido a última temporada italiana sabe que ele foi uma tragédia completa no meio de um time (a Juventus) já bem ruinzinho. Tecnicamente ou emocionalmente, tanto faz, ele era uma bomba-relógio pronta para nos implodir. (Alguém lembra o que ele aprontou no dia da convocação, em uma entrevista por telefone? Mal-educação chegou e ficou...).

Para piorar, levamos azar com a suspensão de Ramires, que foi bem no jogo contra o Chile, e com a contusão de Elano. Até porque não possuíamos outras opções: Josué é limitadíssimo e Kleberson é ... deixa pra lá.

Daniel Alves foi uma decepção completa. Jogou toda a Copa muito abaixo do que sabemos que ele pode. O sistema atrapalhou? Um pouco, mas não é a única razão.

Kaká passou a Copa tentando provar que não estava sentindo o problema no púbis. Até tentou desviar a questão para uma suposta "perseguição religiosa". Pois é, deu no que deu. Apagadíssimo.

Robinho marcou o gol, e depois limitou-se a reclamar do juiz e dos adversários. Luis Fabiano, nem isso... Aliás, ele entrou em campo?

Qual a parte que cabe a Dunga (e Jorginho, não esqueçam dele...) nesse latifúndio de equívocos? Pra começar, não poderia ser ele o técnico. A total falta de experiência no comando de qualquer equipe e seu controverso histórico dentro do futebol já seriam motivos mais que suficientes.

Além disso, a lista de convocados para essa Copa deixou em qualquer um com mínimos conhecimentos de futebol a certeza de que um desastre estava no horizonte. Michel Bastos, Kleberson, Josué, Julio Baptista e Grafite não disseram o que foram fazer na África do Sul, além de turismo (para não falar de Felipe Melo, Gilberto Silva e Doni...). Estava claro que, em caso de necessidade de mudar um jogo, faltariam peças à altura.

(Permitam que meu coração santista aflore um instante: Neymar e, especialmente, Paulo Henrique Ganso, não fariam pior do que os que foram... )

A briga de Dunga com a Globo é algo para ainda longas discussões, mas lembremos que o técnico SEMPRE tratou mal todo o resto da imprensa. Da mesma forma que trata muito mal qualquer um que se atreva a colocar em xeque a seleção de 94, especialmente em comparação com a de 82.


Agora é juntar os cacos e pensar em 2014. Se bem que com uma direção da CBF como a atual só podemos temer pelo pior.

Pra terminar, esse escriba vai torcer, no restante da Copa, por Uruguai, Holanda e Alemanha, nesta ordem.

A Copa começa, de fato, hoje

Excetuando uns dois ou três jogos dignos de de serem considerados "de Copa do Mundo", o que se viu até agora, olhando o quadro geral, foi um torneio com escassa qualidade e moderadíssima emoção.

Hoje começam as quartas-de-final, onde chegou a maioria dos que deveriam ter chegado. Sendo um pouquinho rigoroso, a bobeada da Inglaterra na fase clasificatória, deixando de ser a primeira do grupo e forçando um cruzamento precoce com a Alemanha, provocou o único ponto significativamente fora da curva. E olha que o time inglês não mostrou nada muito relevante...

Hoje temos Brasil X Holanda e Uruguai X Gana.

Amanhã, Alemanha X Argentina e Paraguai X Espanha.

Meus palpites para as semifinais: Alemanha X Espanha e Uruguai X Brasil, sendo que três dos palpites são sem muita convicção.

A maior barbada nas quartas é a Espanha (o Paraguai é bem fraco...). Os demais jogos são equilibrados, ficando "na margem de erro".


O que me preocupa, na realidade, são as consequencias de um eventual título brasileiro no futuro do nosso futebol.

Outra coisa: alguém reparou na biografia futebolística do jogador alemão Müller? Vinte anos, assinou seu primeiro contrato profissional ano passado e jogou apenas três partidas na seleção alemã antes da Copa.

Lembra alguém que o Dunga NÃO levou?

25/06/2010

Brasil x Portugal

Os nossos leitores e poucos comentaristas (foi mal Luiz, eu devo estar espantando a galera) sabem que eu torço contra a seleção do Dunga. Mas hoje, lá pelos 30 minutos do segundo tempo, me peguei torcendo pelo Brasil.

"Arrá, eu sabia!", dirá alguém. Ninguém acredita que eu torça pra valer contra. Acreditem, eu torço. Ainda mais contra essa seleção. Mas há três jogadores que não mereciam estar nesse grupo: Julio Cesar, o melhor goleiro do mundo; Maicon, um lateral direito impressionante; e Juan, um zagueiro praticamente perfeito. Esses três jogadores não mereciam jogar em uma seleção dessas, com um técnico desses.

Por eles eu me peguei torcendo. Não gosto de times covardes. E Portugal foi um time covarde. Poderia ter vencido, e se acomodou. Cristiano Ronaldo, o segundo melhor jogador do mundo, se acomodou. Maicon, Julio Cesar e Juan mereciam essa vitória. Mas eles jogam numa seleção limitada, comandada por um técnico medíocre.

A seleção brasileira tem condições de vencer essa Copa. Principalmente porque as outras seleções, como diz Zagallo, tremem diante da amarelinha. Mas a Copa, e especialmente a África, não merecia uma apresentação tão ruim da principal seleção do mundo.

24/06/2010

Pausa para uma belíssima aberração

Dou um tempo na Copa do Mundo para falar do mais incrível evento esportivo ocorrido nessa quarta-feira (e que vai continuar nesta quinta).

Torneio de Wimbledon, torneio de simples masculino, quadra 18, cerca de 1 e meia da tarde (horário local, 9 e meia da manhã horário do Brasil)

O americano John Isner e o francês Nicolas Mahut voltaram para continuar o quarto set do jogo que haviam iniciado na terça-feira (escureceu, e a quadra não tem refletores adequados). O placar em sets era 2X1 para Mahut, e o quarto set estava empatado. Duração do jogo até aquele momento: pouco mais de 2 horas e meia.

Pois bem, Isner venceu o quarto set no tie-break e levou o jogo para o quinto set. E aí começou realmente a brincadeira.

Antes de mais nada, é bom avisar que em torneios do Grand Slam (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open) não existe tie-break no quinto set.

Quando eles ficaram empatados em 6X6, ninguém fora daquela quadra reparou.

Quando o empate chegou a 10X10, um ou outro fã mais empedernido começou a reparar.

Mas quando eles empataram em 20X20, o mundo do tênis já estava de olho neles. O jogo de Roger Federer na quadra 1 que se lixasse...

No empate em 35X35, meio mundo do esporte (qualquer esporte) já estava acompanhando, o que se acentuou no s empates em 40X40 e 50X50.

Detalhe: quando Isner venceu seu 51º game no set, o sistema on-line de acompanhamento dos placares usado em Wimbledon simplesmente pediu água. Zerou o placar do set e começou tudo de novo... Minutos depois, avisaram deveríamos somar 50 pontos ao placar dos dois tenistas e seguir acompanhando...

Sábia decisão. O placar chegou a 59X59 antes que fosse novamente interrompido por falta de luz natural.

No total, já são 10 horas de jogo, um recorde absoluto. Mais de 7 horas só na quarta-feira (o que já seria um novo recorde).

Mais incrível que a duração do joeria um novo recorde).

Mais incrível que a duração do jolicando em alguma descordenação e desorientação, os dois apresentaram um tênis de muito bom nível, movido por uma garra descomunal e um respeito pelo adversário quase nunca visto.

Os recordes foram sendo quebrados (duração, número de games, número de aces, pontos jogados ...), e podem subir ainda mais hoje no reinício do jogo.

No mundo do esporte de alto nível, onde a superação extrema é cada vez mais rara, e onde o fator comercial impera (para o bem e, principalmente, para o mal), episódios assim chamam a atenção.

São tão inacreditáveis que podem ser chamados de aberração, no bom sentido do termo.

Mostram que ainda existe esperança...



(Sobre o mesmo tema: http://blogdojuca.uol.com.br/2010/06/a-partida-sem-fim/)



Atualização: Enfim, terminou: Isner venceu Mahut, 70 X 68 no 5º set, 11 horas e 5 minutos de jogo. Heróis, ambos.

23/06/2010

Quando a direita fala sobre futebol

A seleção americana tem boas chances de continuar avançando nessa Copa, mas não com a torcida de um bando de comentaristas políticos arqui-conservadores.

Transcrevo um artigo do UOL que dá uma visão rápida e pavorosa sobre o assunto:


EUA jogam para classificação e para irritar mais sua direita conservadora

O futebol é uma ideologia estrangeira que quer destruir a singularidade da cultura norte-americana. Os comentaristas conservadores dos EUA querem mais é que o USA Team seja eliminado logo na primeira fase. Tudo porque são contrários a entrada do esporte mais popular do mundo no país mais poderoso do globo.

“Não importa quantas celebridades o apoiam, quantos bares abrem mais cedo, quantos comerciais de cerveja eles veiculam, nós não queremos a Copa do Mundo, nós não gostamos da Copa do Mundo, não gostamos do futebol e não queremos ter nada a ver com isso”, declarou Glenn Beck, cuja opinião tem vaga cativa na Fox News, canal que sustentou a ferro e fogo a gestão do republicano George W. Bush e é opositora ao governo democrata de Barack Obama.

Beck chegou a comparar o futebol com o plano de assistência médica que Obama implantou no país. “O resto do mundo gosta de futebol, nós não. O resto do mundo gosta das políticas do Obama, nós não.”

A fúria da direita também se sente na voz elitista de Dan Gainor, analista do Media Research Center. “O futebol é um jogo de pobre. A esquerda está impondo o ensino de futebol nas escolas americanas, porque a América está ficando bronzeada”, escreveu, associando a popularidade do futebol acima do rio Grande com a crescente migração dos mexicanos para os EUA.

A teoria da conspiração encontrou eco em Matthew Philbin, ideólogo do centro de pesquisas de direita Culture and Media Institute. “A mídia liberal sempre se sentiu desconfortável com o fato de sermos únicos entre as nações, sermos líderes; e os esquerdistas são contra nossa rejeição ao futebol, da mesma maneira que são contra nossa rejeição ao socialismo”, fez a analogia, incomodado com a audiência dos jogos da Copa serem maiores que as finais da NBA, a típica e norte-americaníssima liga local de basquete.

“O que aconteceu com a singularidade dos Estados Unidos da América do Norte? Este esporte foi criado por índios sul-americanos, que, em vez de bola, jogavam com a cabeça de seus inimigos”, afirmou o radialista e ex-agente do FBI G. Gordon Liddy, confundindo a origem do futebol (Inglaterra) e as histórias de sacrifício humano das tribos da América Central e do Norte com as da América do Sul.

O radialista Mark Belling também entrou no coro contrário ao futebol. “Estão querendo enfiar goela abaixo essa modalidade. Mas não vou reagir criticando, porque os liberais agem da mesma forma de quando você insulta o cabelo de um senador do Partido Democrata. Não vou dar essa chance a eles.”

Nesta quarta, os invictos EUA enfrentam a Argélia e podem até se classificar em primeiro de seu grupo. Mas vão ter uma forte torcida contrária dentro de suas fronteiras.



Cara, de repente me bateu uma certa simpatia com o time ianque...

Montando as oitavas

Começaram a se definir os cruzamentos das oitavas-de-final (e posteriores).

O surpreendente (mas nem por isso injusto) Uruguai enfrenta a apenas esforçada Coréia do Sul, enquanto a Argentina bate de frente com o México.

Se nada de extraordinário acontecer, os sulamericanos devem passar, e os da "Banda Oriental" provavelmente terão menos dificuldades do que "los hermanos".

Aliás, se bobear essa Copa pode virar uma verdadeira Copa América...


***

Hoje, Inglaterra e Alemanha vão ter que mostrar do que realmente são capazes. Palpite: pelo menos uma das duas dança...

E os americanos? Bem, isso é assunto pra outra conversa...

21/06/2010

Anão no caráter

Eu até posso me esforçar em relevar a condescendência que estão demonstrando com o gol ilegal de Luís Fabiano. Afinal, isso faz parte da essência brasileira, o levar vantagem, o "jeitinho brasileiro", a malandragem. É mais forte que a gente, parece.

Agora, se depois da atitude indecente que o técnico da seleção brasileira teve na entrevista coletiva ainda houver quem o defenda, quem fique do lado dele, eu só posso concluir que essa pessoa tem o mesmo tipo de, ou melhor, a mesma falta de caráter que o anão maluco.

E tenho dito.

Nada como um dia após o outro

Em uma Copa recheada de jogos pífios e salpicada por alguns resultados surpreendentes, às vezes temos a tendência de nos impressionar com facilidade por atuações aparentemente destacadas.

Ontem vimos uma aparentemente convincente vitória brasileira sobre a Costa do Marfim. Eu tenho a impressão de que nem o mais empedernido fã do Dunga diria que a atuação da equipe foi "soberba, brilhante, espetacular". Mas deu pro gasto, especialmente após o 1º gol. Até ali o time estava sofrendo uma pressão dos marfinenses, apesar deles carecerem de objetividade.

Além disso, nossa tão decantada "melhor defesa do mundo" levou outro gol totalmente evitável. Para quem ainda não enfrentou um ataque dos pesos-pesados da Copa, é algo para o Zangado meditar... Mas para ele o que importa é classificar para as oitavas (e continuar a tratar os jornalistas de uma forma paleozóica...).

Pois bem, hoje pela manhã a seleção de Portugal enfrentou a Coréia do Norte, aquela que penamos para vencer por 2X1, e sapecou um sonoro 7X0. Tudo bem que o primeiro tempo foi escasso em qualidade, mas depois que a porteira abriu de fato foi uma festa...

Mesmo que não tenha nenhum outro efeito (além, óbvio, de turbinar as chances de Portugal), a goleada já terá servido para baixar a bola de quem estava se preparando para cair na empolgação com a seleção da CBF. O time luso, que não é nada demais, triturou um adversário que nos apresentou dificuldades aparentemente quase intransponíveis...

Ou seja, devagar com o andor...

18/06/2010

Adeus, primeira rodada. Olá, segunda rodada.

A primeira rodada da Copa foi, regra geral, bem fraquinha em termos de qualidade. Tudo bem que primeiras rodadas sofrem o efeito do nervosismo das estréias, mas o que presenciamos foi além disso. Média de gols beirando o ridículo é um bom sintoma...

Salvaram-se a Alemanha e a Argentina, mas mesmo as atuações dessas duas tem seus poréns. Os alemães enfrentaram pouco mais que um vento australiano, o qual contornaram com competência, e os hermanos mostraram uma defesa insegura e um excesso de dependência de seu craque.

O início da segunda rodada trouxe um valente Uruguai, uma Argentina mais desenvolta (mas ainda com a defesa falhando...) e um México colocando em seu devido lugar uma França patética, imagem de seu treinador (ou seria selecionador, como disse Zidane?).

Nesta sexta-feira temos Alemanha X Sérvia (já está 1X0 para os sérvios no intervalo), e mais os jogos da Inglaterra e dos Estados Unidos.

E domingo, bem, veremos o que o Zangado nos preparou...

Interrompemos nossa programação...

...para um momento de comemoração extra-Copa:

LAKERS!

Voltamos agora a nossa programação normal.