Dois jogos. Simultâneos. Em cada um deles estava uma das minhas paixões (Sim, me reservo o direito de, futebolisticamente falando, ter o coração dividido ao meio, sem que as duas partes quase nunca entrem em conflito).
Em um canal, a final do Paulistão 2010. O Esquadrão da Vila famosa, o meu Santos, contra o surpreendentemente bem arrumado Santo André.
Em outro canal, a decisão local, do Campeonato Cearense. O meu Fortaleza, o glorioso Leão do Pici, buscando um inédito tetracampeonato contra o arquirival, o Ceará.
Qual jogo assistir? Ficar mudando de um para o outro seria uma opção?
A missão do Santos parecia menos complicada (podia perder por um gol de diferença), por isso mesmo resolvi priorizar a final do Paulista, pois temia ficar nervoso demais assistindo a final do campeonato da terrinha (o Fortaleza precisava empatar para levar o título sem ter que ir para os pênaltis).
Nem suspeitava de como estava enganado...
O Santos terminar o primeiro tempo com um jogador a menos (tivemos dois expulsos contra um do adversário), e perdendo por 3X2 dão uma boa amostra do que tive que enfrentar. E ainda faltavam 45 minutos...
No Castelão, 0X0 no intervalo de um jogo amarrado, apesar de bem menos do que no domingo anterior. Nada decidido, mas parecíamos estar indo bem...
No Pacaembu, o que se viu no 2º tempo foi uma das maiores demonstrações de determinação que os estádios brasileiros já presenciaram. Especialmente após a expulsão de mais um jogador do Santos. Oito santistas contra dez do time do ABC. Parecia que o gol decisivo do Santo André sairia a qualquer segundo, e ele realmente quase saiu ( a trave, a abençoada trave, não permitiu). Também não saiu porque os heróis restantes resolveram suar sangue, se necessário fosse, e estavam sendo guiados por um monstro: Paulo Henrique Ganso (falo sobre ele mais adiante).
Enquanto isso, no Castelão, o adversário fez 1X0 no início do 2º tempo e... recuou. O Fortaleza partiu pra cima, martelou, martelou, até que empatou pouco antes dos 30 minutos. O resultado nos dava o tetra, mas a equipe (mesmo que inconscientemente) acho que dava pra administrar o resultado.
Não deu. Eles tornaram a marcar aos 38 minutos, e não conseguimos reagir novamente.
Não tinha jeito: vamos à sofrida decisão por pênaltis.
Aí surgiu o herói da tarde/noite: o nosso goleiro, Fabiano. Ele defendeu espetacularmente duas cobranças, e viu o adversário bater outra no travessão. Coincidência: ano passado, na final, o nosso goleiro de então, o jovem Douglas, hoje na reserva, também foi o astro, pegando todas: as boas, as ruins, as podres, tudo mesmo...
Era o tão sonhado Tetracampeonato que chegava... O nono título em onze anos.
Como meu baqueado coração resistiu a essa overdose de emoções, juro que não sei... Talvez uma dose extra de anti-hipertensivo tomada antes tenha ajudado, mas certamente foi algo a que não deveria me expor.
***
Mesmo antes do jogo de ontem já havia um clamor pedindo que o técnico Dunga convocasse Neymar e Paulo Henrique Ganso para a seleção brasileira que vai à África do Sul.
Acho que Neymar deveria ser chamado, por que é um fora-de-série com a bola no pé. Mas os argumentos dos que alegam que ele ainda não está pronto e não seria assim tão necessário provavelmente serão vitoriosos, e ele não deve ser chamado. Uma pena. Poderia ajudar bastante.
Quanto à Paulo Henrique Ganso, a questão é diferente. Estamos falando do que é provavelmente o maior meia surgido no nosso futebol em quase 10 anos. Isso sob o aspecto técnico, porque se somarmos a liderança, a atitude, o desprendimento, veremos que ele se encaixa em uma categoria muito seleta de craques.
Desde ontem, já vi diversos jornalistas e blogueiros o compararem a Gerson, o canhotinha de ouro. no começo achei um pouco de exagero, mas pensei melhor e passei a achar a comparação no mínimo plausível.
Vou um pouco além. A elegância no toque de bola aliada a uma enorme capacidade de lutar me fazem lembrar de outro craque excepcional: Zinedine Zidane.
Gerson, Zidane... Será heresia comparar um garoto de 20 anos a esses craques geniais?
O que sei é que Dunga não pode cometer o pecado de não dar uma chance à Paulo Henrique Ganso, enquanto leva para a Copa do Mundo uma série de "esforçados".
Em um canal, a final do Paulistão 2010. O Esquadrão da Vila famosa, o meu Santos, contra o surpreendentemente bem arrumado Santo André.
Em outro canal, a decisão local, do Campeonato Cearense. O meu Fortaleza, o glorioso Leão do Pici, buscando um inédito tetracampeonato contra o arquirival, o Ceará.
Qual jogo assistir? Ficar mudando de um para o outro seria uma opção?
A missão do Santos parecia menos complicada (podia perder por um gol de diferença), por isso mesmo resolvi priorizar a final do Paulista, pois temia ficar nervoso demais assistindo a final do campeonato da terrinha (o Fortaleza precisava empatar para levar o título sem ter que ir para os pênaltis).
Nem suspeitava de como estava enganado...
O Santos terminar o primeiro tempo com um jogador a menos (tivemos dois expulsos contra um do adversário), e perdendo por 3X2 dão uma boa amostra do que tive que enfrentar. E ainda faltavam 45 minutos...
No Castelão, 0X0 no intervalo de um jogo amarrado, apesar de bem menos do que no domingo anterior. Nada decidido, mas parecíamos estar indo bem...
No Pacaembu, o que se viu no 2º tempo foi uma das maiores demonstrações de determinação que os estádios brasileiros já presenciaram. Especialmente após a expulsão de mais um jogador do Santos. Oito santistas contra dez do time do ABC. Parecia que o gol decisivo do Santo André sairia a qualquer segundo, e ele realmente quase saiu ( a trave, a abençoada trave, não permitiu). Também não saiu porque os heróis restantes resolveram suar sangue, se necessário fosse, e estavam sendo guiados por um monstro: Paulo Henrique Ganso (falo sobre ele mais adiante).
Enquanto isso, no Castelão, o adversário fez 1X0 no início do 2º tempo e... recuou. O Fortaleza partiu pra cima, martelou, martelou, até que empatou pouco antes dos 30 minutos. O resultado nos dava o tetra, mas a equipe (mesmo que inconscientemente) acho que dava pra administrar o resultado.
Não deu. Eles tornaram a marcar aos 38 minutos, e não conseguimos reagir novamente.
Não tinha jeito: vamos à sofrida decisão por pênaltis.
Aí surgiu o herói da tarde/noite: o nosso goleiro, Fabiano. Ele defendeu espetacularmente duas cobranças, e viu o adversário bater outra no travessão. Coincidência: ano passado, na final, o nosso goleiro de então, o jovem Douglas, hoje na reserva, também foi o astro, pegando todas: as boas, as ruins, as podres, tudo mesmo...
Era o tão sonhado Tetracampeonato que chegava... O nono título em onze anos.
Como meu baqueado coração resistiu a essa overdose de emoções, juro que não sei... Talvez uma dose extra de anti-hipertensivo tomada antes tenha ajudado, mas certamente foi algo a que não deveria me expor.
***
Mesmo antes do jogo de ontem já havia um clamor pedindo que o técnico Dunga convocasse Neymar e Paulo Henrique Ganso para a seleção brasileira que vai à África do Sul.
Acho que Neymar deveria ser chamado, por que é um fora-de-série com a bola no pé. Mas os argumentos dos que alegam que ele ainda não está pronto e não seria assim tão necessário provavelmente serão vitoriosos, e ele não deve ser chamado. Uma pena. Poderia ajudar bastante.
Quanto à Paulo Henrique Ganso, a questão é diferente. Estamos falando do que é provavelmente o maior meia surgido no nosso futebol em quase 10 anos. Isso sob o aspecto técnico, porque se somarmos a liderança, a atitude, o desprendimento, veremos que ele se encaixa em uma categoria muito seleta de craques.
Desde ontem, já vi diversos jornalistas e blogueiros o compararem a Gerson, o canhotinha de ouro. no começo achei um pouco de exagero, mas pensei melhor e passei a achar a comparação no mínimo plausível.
Vou um pouco além. A elegância no toque de bola aliada a uma enorme capacidade de lutar me fazem lembrar de outro craque excepcional: Zinedine Zidane.
Gerson, Zidane... Será heresia comparar um garoto de 20 anos a esses craques geniais?
O que sei é que Dunga não pode cometer o pecado de não dar uma chance à Paulo Henrique Ganso, enquanto leva para a Copa do Mundo uma série de "esforçados".
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