18/07/2010

Ainda a África do Sul




Uma semana após o fim da Copa do Mundo, cuja organização bastante eficiente fez com que os sulafricanos ficassem orgulhosos da imagem que passaram de seu país, outro evento esportivo incrementou esse sentimento.

No encerramento do 150º Open Championship, o aberto britânico de golfe (o mais tradicional evento desse esporte), quem recebeu o troféu de vencedor foi Louis Oosthuizen, um sulafricano de 27 anos, que conseguiu uma vantagem quase recorde sobre seus adversários, apesar de não estar entre os principais nomes do esporte (antes do torneio, não estava nem entre os 50 melhores no ranking).

Não. Ele não é negro, é branco (o sobrenome, quase impronunciável para um não-sulafricano, não deixa dúvidas).

Seu pai tem uma pequena fazenda no leste do país, perto do litoral do Oceano Índico, e faz parte daquela parcela de brancos que vivia tangenciando a linha da pobreza (pelo menos no que se refere aos brancos). E Louis não teria avançado no esporte sem o apoio de uma fundação criada por Ernie Els, um outro genial golfista sulafricano.

Hoje, 18 de julho, é o Dia de Nelson Mandela, criado pela ONU para homenagear o aniversário do líder da luta anti-apartheid e ex-presidente da África do Sul.

E as primeiras palavras de Oosthuizen ao receber o troféu foram exatamente para Mandela, felicitando-o pelo aniversário.

Vê-lo comemorando o título abraçado ao seu emocionado "caddie", um negro, fala muito sobre o que seu país passou, as transformações que está experimentando e sobre o que o futuro os reserva.

Parebéns, Lodevicus Theodorus Oosthuizen, a.k.a. "Louis". Ou então "Shrek", para os amigos.

Um comentário:

Anrafel disse...

Parece que o otimismo de Clint Eastwood em "Invictus" não era tão exagerado assim. Tomara.