08/07/2010

Sem maiores surpresas (post corrigido)

Qualquer um que antes do início da Copa fez uma lista de favoritos ao título certamente não fugiu dos "suspeitos de sempre" e mais uns poucos agregados.

Brasil, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha e Holanda monopolizaram os palpites, sendo que os italianos já eram vistos com desconfiança por muitos.

Ingleses e italianos não chegaram às quartas-de-final, e brasileiros e argentinos não conseguiram ir até às semifinais. Em todos os casos, bastou o primeiro jogo da Copa para essas equipes mostrassem seus problemas e indicassem um futuro nada alentador.

Alemanha, Espanha e Holanda chegaram às semifinais, com a honorável companhia da sempre lutadora Celeste Olímpica.

Os holandeses, mesmo sem jogar uma boa partida, fizeram prevalecer seu melhor time (e elenco) sobre um desfalcadíssimo Uruguai. Deu a lógica.

O outro jogo confrontou os jovens alemães e os bem mais experientes espanhóis. Esse fato, por si só, não deveria ser decisivo, mas acabou pesando.


Aqui vale um parentesis.

No final do ano passado (ou no início deste, não lembro...), Messi e Daniel Alves se manifestaram de forma parecida sobre o meio-de-campo do Barcelona. Foi mais ou menos assim:

"Quando os baixinhos resolvem jogar, fica difícil para o adversário...".

Referiam-se a Xavi e Iniesta, coração e alma do meio-de-campo da Fúria.

Realmente, jogam pra caramba...


Resumindo, chegaram à final duas equipes que não surpreenderam quase ninguém. Espanha e Holanda apenas repetiram o que já vinham mostrando nos últimos tempos.

Torcerei pela Holanda, mas acho que vai dar Espanha. Em um jogo pra lá de equlibrado, prevejo.



PS: Não foi o fator decisivo, mas na semifinal a Alemanha sentiu muita falta de Thomas "Gans" Müller...

8 comentários:

Pax disse...

Realmente dividido pra final.

Então torço que dê um 3 a 3 no tempo normal e um 5 a 5 na prorrogação e aí vamos aos pênaltis.

Assim a diversão, ao menos, fica garantida.

:-)

Marcelo disse...

Apesar de ser torcedor da Alemanha em qualquer Copa ou Eurocopa, reconheço que a vitória da Espanha foi merecida e justa. É o melhor time do mundo. Guardadas as devidas proporções, a Espanha perder essa Copa seria como a derrota do Brasil em 82.

Anrafel disse...

O triunfo do toque de bola. Chutes de longe só em determinadas ocasiões, que o diga Van Bronckhorst. Nada daqueles chutes bobos de Daniel Alves, que só serviam para renunciar à posse de bola.

Vai ser um grande jogo, sem dúvida. E se tiver que ser decidido nos pênaltis, que seja como Pax falou: muitos gols nos 90/120 minutos.

No fim das contas, está sendo muito bom dois calouros em conquistas decidir o Mundial.

Anrafel disse...

"Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
O mar é das gaivotas
Que nele sabem voar
Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
Porque não sabem que o mar
É de quem o sabe amar"

"Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco" (Milton Nascimento e Leila Diniz)

Lembrei dessa música. Não perco por nada esse jogo de hoje.

Anrafel disse...

A essa altura, os holandeses devem estar dando uma de Lênin a se perguntar "o que fazer?".

Em 74, revolucionaram o futebol, mas faltou-lhes a objetividade que sobrou na Alemanhade de Beckenbauer, Overath, Maier, Breitner, Müller e outros.

Em 78, com alguns protagonistas da revolução, esbarrou no ótimo time da Argentina e em algumas mumunhas de bastidores ditatoriais.

Nas Copas de 94 e 98, sem novidades táticas, mas com muitos bons jogadores, parou nos pés e mãos de Bebeto, Romário, Branco, Rivaldo, Ronaldo e Taffarel.

Ontem (e no restante da Copa), tentou implantar um método velho como o próprio futebol: da barriga pra cima tudo é canela.

Mais uma vez não deu certo. Perdeu o título e a minha simpatia.

El Torero disse...

É verdade que temos a campeã com menor número de gols de todas as copas?
A melhor seleção do mundo valoriza a posse de bola até o ponto de não querer larga-la nem para fazer gol!?


P.S.: já que estão embalados, vocês poderiam continuar neste ritmo parecido ano afora, hein!? Melhor cobertura da Copa de 2010 disparado.
:-)))

Anrafel disse...

Algo não está batendo (claro que não é a Holanda). A Espanha, o time da moda, dizem todos os que acompanham futebol, tem um monte de ótimos jogadores, é o time que joga mais bonito, mas, diacho, não faz gols. O senso crítico parece ter levado o mesmo destino do futebol da seleção brasileira, escafedeu-se.

Se o Brasil jogasse daquele jeito (o que não seria tão difícil, já que Parreira é um ferrenho defensor da manutenção da posse de bola), talvez a abordagem da imprensa esportiva fosse outra, do tipo "toca, toca e não parte pra cima", "preocupa-se tanto em não tomar gols que acaba não fazendo", "armandinhos" e coisas do tipo.

Imaginem uma seleção brasileira sendo campeã marcando apenas 8 gols! Em 94, um time com Bebeto, Romário, Jorginho, Taffarel, Aldair, Leonardo e Branco foi campeão marcando 11 gols e até hoje é objeto de um certo desdém. Vai endenter!

Luiz disse...

El Torero e Anrafel,

O fato da Espanha marcar poucos gols na Copa deveu-se, a meu ver, principalmente a um problema de contundência.

Faltou "aquele" definidor, o centro-avante de referência, aquele que vai pro pau com os zagueiros e tem um aproveitamento considerável. Por isso mesmo eles tocavam a bola com calma até achar o momento ideal de finalizar. No único jogo em que essa paciência pareceu se esgotar e eles finalizaram bastante (23 vezes contra a Suiça), nada deu certo.

O Davi Villa é um ótimo atacante, mas sem se encaixar nas características acima. O Fernando Torres é um exemplo mais próximo, mas estava voltando de contusão e claramente sem as melhores condições.

Os outros jogadores, apesar de excelente técnica, não são modelos de finalizadores.

Usando o exemplo do Brasil de 94, se a Espanha de agora possuisse uma dupla de atacantes que jogasse, digamos, 70% do que apresentaram Romário e Bebeto naquela Copa, o número de gols teria sido bem maior.



El Torero, quanto a continuar esse tipo de cobertura, vamos ver...

E obrigado pelos elogios, claramente exagerados...